segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Quem foi Moacyr Scliar?

Um homem que escreveu na ultima linha do seu ultimo livro "Eu vos abraço,Milhões'':-Como é bom viver.Como Millor podia falar:"Sou apenas um ser humano,coisa rara"

Valeu Moacyr Scliar!

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Ao Mestre Zé,com carinho

São Paulo, sábado, 16 de fevereiro de 2008 - JOSÉ GERALDO COUTO:"UM HISTORIADOR do futuro, ao pesquisar nossa época nos jornais, programas de TV e sites da internet, ficará perplexo diante do enigma Ronaldo. Seu problema não será a falta de informações, mas o excesso.Desse emaranhado todo de dados e interpretações, como compor uma imagem coerente do homem, do atleta, do mito? Fenômeno ou "invenção da mídia"? Mártir que exibe seu calvário em público ou garotão mimado que não se fez cargo do próprio destino? Craque genial ou atleta biônico? Tudo isso é verdade em alguma medida. Ronaldo Nazário de Lima é um ser complexo e contraditório como qualquer outro. A diferença é que foi muito cedo alçado à categoria de mito midiático, o que o levou a concentrar em sua imagem os desejos e os temores, conscientes ou não, de milhões de indivíduos pelo mundo afora. Ronaldo não é só Ronaldo, é Ronaldo e mais o que o nosso imaginário projeta nele. É uma construção do nosso afeto e do nosso desejo. Há Ronaldos para todos os gostos e necessidades. Há o Ronaldo batalhador, "gente que faz", que venceu as contusões e o descrédito generalizado para dar a volta por cima e tornar-se o maior artilheiro das Copas do Mundo. Há o Ronaldo fútil, vaidoso e consumista, cuja vida se resume a carrões, festas e louras vitaminadas. Há também o Ronaldo solitário e carente, lançado numa selva de ferozes interesses políticos e econômicos antes de ter maturidade para se defender. Há, por fim, o Ronaldo acomodado, gordo, que leva vida desregrada e descuida do preparo físico. De fatos concretos, o historiador do futuro saberá que Ronaldo era um garoto magricela quando saiu do Brasil para jogar na Holanda, aos 17 anos, e que lá ganhou uma impressionante massa muscular. Como esse reforço físico se deu, e a que preço, ainda é motivo de controvérsia. Será que os anabolizantes introduzidos no corpo do rapaz funcionaram como uma bomba-relógio destinada a explodir vários anos depois? O historiador não chegará a uma conclusão. Mas saberá que Ronaldo foi artilheiro no Brasil, na Holanda e na Espanha. Já que o futebol do futuro deverá ser bem diferente, talvez o historiador não tenha parâmetros adequados para avaliar os gols e jogadas que fizeram de Ronaldo três vezes o melhor jogador do planeta. A certa altura da pesquisa, o historiador do futuro recorrerá cada vez menos às páginas e programas de esportes e cada vez mais às publicações de fofocas de celebridades, onde encontrará Ronaldo em meio a modelos e atrizes, "artistas" do "Big Brother", empresários e apresentadoras de TV. Para não se perder nesse tititi, o historiador deverá ter noções básicas de economia política para entender a lógica capitalista global dentro da qual Ronaldo é apenas um peão com aparência de rei. Estudar Ronaldo será tarefa de uma vida para o historiador do futuro. Talvez ele consiga, assim, compreender o nosso tempo."

sábado, 12 de fevereiro de 2011

O mundo é uma piada Prêt-à-porter

Do InterNey.Net - (In)formação e (In)utilidade -Melhores do Mundo:"... Já faz alguns anos que o colunista Reinaldo Azevedo, da Veja, cunhou o termo "petralha". O neologismo é uma mistura de "petista" (simpatizante ou membro do Partido dos Trabalhadores) e irmãos Metralhas, os gêmeos bandidos do universo Disney. Em janeiro, a Panini usou o termo em uma tradução para uma história... Do Batman! Em Batman 98, mais especificamente em uma história de Grant Morrison e Cameron Stewart (publicada originalmente em Batman and Robin #7 lá fora), na página 34 "petralha" surge para substituir a palavra "Nasty". Veja a descrição da cena do usuário Flávio, do Forum Miolos:

O carcereiro que acompanha o morcegão na prisão se refere ao vilão Rei Perolado do Crime como “petralha”. Até onde sei, essa expressão ainda não foi dicionarizada. Trata-se de um neologismo criado por Reinaldo Azevedo, blogueiro da Veja, para designar petistas (petralhas = petistas + Irmãos Metralhas). No original, foi usada a palavra “nasty” (que pode ser traduzida como asqueroso ou desagradável). Achei no mínimo inusitada a opção do tradutor..."

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

De volta para o futuro

Eu comecei na blogosfera na famosa peleja entre Batman de Nolan e Inacio Araujo.No meu primeiro post eu citava Jose Geraldo Couto que hoje está se despedindo dos leitores do seu blog.Sou testemunha da gentileza com que ele sempre tratou meus pobres comentarios.Trocaria todos os posts do meu primeiro blog(Elegancia) por um unico texto desse mestre e assim estaria justificado o título que escolhi.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Paulo Francis-Um Classico-Coda

São Paulo, Domingo, 10 de Outubro de 1999
FERNANDO DE BARROS E SILVA:" Lucas Mendes é o maestro. Sóbrio, discreto, seguro, embora nem sempre eficiente ou bem-sucedido na tarefa que lhe cabe, ele tenta organizar o debate e dar andamento à pauta do programa. Os solistas não o ajudam muito.O número 1, Arnaldo Jabor, tem rompantes de indignação retórica e longos intervalos de prostração. Parece enfezado, desgostoso do Brasil e de si mesmo, talvez da aposta que fez no atual governo, da qual souber tirar dividendos vários, que agora vê fazer água (voltaremos ao assunto).Menos brilhante e menos espírito de porco que seu antecessor, Jabor é ainda assim um bom "cover" de Paulo Francis. Se esse era, como é, para o bem e para o mal, insubstituível, Jabor incorporou o estilo com talento. Francis era mais cínico e tinha o dom de rir da caricatura que fazia de si mesmo. Isso obviamente não redimia suas barbaridades, seu "fascismo ilustrado" travestido de "mal a l'aise" (mal-estar) aristocrático.Depois de Jabor vêm Nelson Motta e Caio Blinder, os caçulas desse programa de titãs da imprensa tupiniquim-cosmopolita. Estamos falando, como se sabe, do "Manhattan Connection", o programa do GNT que antecipou e é um dos grandes retratos televisivos do Brasil Hall.Para quem não frequentava essa turma há uns bons meses, o programa do último domingo foi uma surpresa -péssima, digo logo. Será que eles sempre gritaram desse jeito, e esse colunista havia esquecido? Será que sempre tiveram coragem de dizer as bobagens do senso comum conservador, muitas vezes vaticinando sobre o que desconhecem, com a mesma desenvoltura? Suspeito de que o programa tenha ganhado estridência, como se a falta de superego de Francis tivesse sido repartida e se multiplicado entre os demais participantes.Arrisquei em 97, quando escrevi sobre o programa, uma hipótese que hoje não parece mais válida, pelo menos não inteiramente. Dizia então que a pauta do programa era de esquerda, progressista, mas que a discussão ia no sentido de desqualificá-la. Dizia que o charme e o segredo do programa residiam nesse descompasso entre o que anunciava e o que de fato realizava. Falava então que o "Manhattan" era a pedagogia do oprimido dos tucanos, a tradução perfeita de um sintoma de época.O Brasil ficou mais cínico nos últimos anos. Vem regredindo com o colapso do projeto de poder de FHC. A dissolução do sonho (mesmo que seja desse sonho, a "utopia do possível" de FHC) está como que liberando uma espécie de "pega-pra-capar" das elites, cada um por si, Deus contra todos.Nos anos de ouro do real houve a farra da classe média, agora há a forra das elites. O "Manhattan" parece refletir uma e outra -a desilusão da classe média e a gangsterização das camadas dominantes.Não há mais descompasso entre o que promete e o que cumpre -o programa agora é abertamente reacionário e urra para dizê-lo- todos gritam, como num filme de Glauber Rocha.Cenas do Brasil Hall.Nelson Motta está permanentemente encantado com a própria frivolidade. Vê-se que se deslumbra consigo mesmo quando diz: "Quem é que iria emprestar dinheiro ao Brasil? A Cruz Vermelha?". Estava então defendendo a submissão (é esse o nome) da política econômica aos técnicos do FMI. Todos concordam e Jabor, sempre entediado, repete que o problema não é o Fundo, nem a agenda do governo ("a agenda é boa"), mas a burocracia brasileira, a mentalidade do atraso, aliada à falta de energia do Executivo.Pelo contrário, sempre houve muita energia nesse Executivo, e se houve, e há, impassibilidade e frieza diante da miséria, ela é reflexo objetivo de uma aliança política que não foi eleita para enfrentá-la, em nenhum momento.Discutiu-se a TV brasileira no último "Manhattan Connection". Discutiu-se é modo de dizer, falou-se meia dúzia de bobagens a respeito. Isso porque deu no "The Wall Street Journal" que a inserção dos pobres no mercado com o real deflagrou uma onda de popularização da programação da TV aberta. Pauta velha, os pobres estão sendo "desinseridos" do mercado. Todos os participantes isolam então o inimigo, falam mal de Ratinho e blablablá.Nelson Motta, sempre ele, aproveita para dizer que Chacrinha era um gênio. Sim e não e mais não do que sim porque no prototropicalismo de Chacrinha, na sua irreverência, estava embutida a figura do animador de auditório que divertia o país atirando bacalhau na cara dos pobres. Violência carnavalizada, barbárie festiva para consumo das massas, germe e fonte de inspiração para os Ratinhos de hoje, esse o destino histórico de Chacrinha.Caio Blinder merece uma nota a parte. É crédulo. É bem-intencionado. Chega a ser comovente. Disse que acredita na teoria da evolução do homem. O povo, disse singelamente, começou a ver TV, passou a comer frango e iogurte, com o tempo vai comer coisas melhores, vai ver programas mais sofisticados. Parece piada, mas é verdade. A moral da história dessa anedota involuntária é a seguinte: o povo não vai dessa para melhor, evidentemente, mas a elite já tem o seu programa do Ratinho. O nome é em inglês e passa na TV por assinatura, um luxo só. É a cara do Brasil Hall, do Brasil Connection, da Conexão Manhattan, sabe-se lá onde essa gente quer chegar... "

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Paulo Francis-Um Clássico II

Reinaldo Azevedo:"Em meados dos 90, Paulo Francis perguntava, já contei aqui, se ninguém iria “enfiar uma estaca no coração de Sarney”. Era uma metáfora, bem entendido.

Francis nem se dava conta, mas era um otimista. Por mais rigoroso que fosse com certos tipos, não imaginava que um dia Lula, a quem chamava “o Menas”, se uniria àquele que associava a um vampiro."

Paulo Francis-Um Clássico

“Não levo ninguém a sério o bastante para odiá-lo.”___“Dizem que escrever é um processo torturante para Sarney. Sem dúvida, mas quem grita de dor é a língua portuguesa.” ___O Brasil é um asilo de lunáticos onde os pacientes assumiram o controle."

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Um Clássico

Incontrolável já nasceu clássico.Daqui a vinte anos eu vou vê-lo com o mesmo interesse que tenho por Duro de Matar.Rede social? Discurso do Rei? Meu Oscar vai para o trio Denzel/Pine/Scott .E eu não estou só.De Filipe Furtado na Cinética:" Quando se utiliza a expressão "cinema clássico", costuma se tratar de um atalho para dois sentidos muito distantes: um suspiro por um ideal de unidade de forma há muito perdido, ou um elogio um tanto condescendente para cinema narrativo, que por toda sua graça vai seguir sempre um degrau evolutivo abaixo do tal "cinema moderno". Nenhuma dessas descrições associariam Tony Scott a idéia de clássico, já que nenhum cineasta americano em atividade tem prazer tão grande em atacar a unidade da imagem. Se aceitarmos, porém, que o clássico no cinema se apresenta menos como uma série de procedimentos estéticos e é mais uma questão de temperamento, poucos cineastas em atividade caberiam na definição tão perfeitamente quanto Scott."