terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Meio Dia no Brasil

Tostão

Não precisam de você



Já posso me aposentar. Nessa semana, completei 65 anos. Por isso, procuraram-me para falar de minhas carreiras e de minha vida. Gosto de falar de futebol. Não sou mais protagonista. Sou comentarista, palpiteiro oficial.

Fiz coisas certas e erradas. Só os medíocres passam pela vida sem cometer erros, sem criar fantasmas e sem ter a consciência de que poderiam ter feito melhor e, às vezes, diferente.

Nunca quis parecer mais humilde do que a humildade, mais sábio do que a sabedoria nem mais generoso do que a generosidade. Tento apenas ser um bom cidadão. É minha obrigação. Nada mais do que isso.

Tive várias profissões. Fui atleta profissional, médico clínico, professor de medicina, comentarista de televisão e de rádio e, agora, sou colunista, além de filósofo de botequim. Quase me tornei psicanalista. Completei o curso teórico, mas desisti. Não me sentia capaz de desvendar os segredos e mistérios da alma, já que não entendia nem entendo a minha.

Hoje, incomoda-me menos a finitude da vida. Compreendo e aceito mais a fragilidade e a insignificância humanas. "As coisas não precisam de você", diz a bela música "Virgem", escrita por Antônio Cícero e Marina Lima, cantada pela Marina.

Fico contente e orgulhoso de ser reconhecido pelo jogador que fui. Isso é uma coisa. Outra é viver do passado. Não gosto de usufruir, no presente, de conquistas do passado nem que apreciem ou não meus textos influenciados por outras épocas. Como se vê, tenho algumas manias.
INÁCIO ARAUJO
"O Alvo" e "Fuga de Los Angeles" . Os astros são Van Damme e Kurt Russell, respectivamente. São ambos filmes rudes, com eventos pouco delicados.
No primeiro, ricaços usam pessoas desprotegidas como objeto de caça. No segundo, desenha-se uma Los Angeles devastada. Tempos negros e pessoas sórdidas.
E, porém, nada ali se parece com a grosseria do novo "Conan, o Bárbaro". Nos casos anteriores, a forma educa e eleva. No recente, rebaixa e humilha. Hollywood parece estar feliz com seus novos monstrengos.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Simples:A solução é a média

Roberto Abdenur

Fukuyama e o futuro da história



Em dois continentes de importância para o mundo desdobram-se neste momento crises virtualmente existenciais no que diz respeito a seus modelos econômico-sociais.

Nos EUA, a oposição republicana a Obama tenta conquistar a Casa Branca com base em postura quase religiosa em favor da redução do imenso deficit público unicamente pela via da eliminação de gastos, com a preservação e mesmo a ampliação de vantagens tributárias que só fazem privilegiar os mais ricos.

Na Europa, o Estado do bem-estar se vê questionado. Não tanto sua essência, mas sim sua extensão passa a ser objeto de reavaliação, ao impacto de crise recessiva que tende a perdurar por longo tempo.

Enquanto isso, na China e em outras partes da Ásia Oriental viceja um autoritário capitalismo de Estado que aos olhos de alguns analistas do Ocidente constituiria modelo invejável -ainda que, pensando bem, seja esse alegado "Consenso de Pequim" (fazendo jogo de contraste com o "Consenso de Washington") de indesejável e inviável implantação em países com regimes verdadeiramente democráticos, baseados no Estado de Direito, nas liberdades civis e na economia de mercado.

Nos EUA a corrida eleitoral em curso expressa sociedade inusitadamente polarizada. E, em certo sentido, espantada e desorientada diante de nova realidade pouco assimilada: a inexorável tendência à crescente desigualdade socioeconômica.

Em 1974, o 1% mais rico detinha 9% da riqueza nacional. Hoje, possui quase 25%. Desigualdade que uns desejam enfrentar pela via do assistencialismo e de medidas de sentido distributivo e outros preferem não enxergar ou acreditam ser um mal passageiro, a ser sobrepujado pelo retorno ao "laissez-faire" e a medidas regressivas, supostamente favorecedoras dos pobres e das classes médias pela via do "trickle down" (gotejamento) da riqueza acumulada pelos ricos.

Na Europa, supostamente mais organizada, falhou a regulamentação financeira, o que convergiu com a crise de 2008 nos EUA para dar origem à presente situação. Nesse erro se encontraram o capitalismo neoliberal americano e a "economia social de mercado" dos alemães.

É interessante constatar, em tal contexto, o surgimento em vários países de movimentos populistas de direita (veja-se o Tea Party nos EUA) e a ausência de um pensamento de esquerda mais amplo e integrado, capaz de colocar alternativas ao que tem sido uma globalização em importantes aspectos descontrolada, que ameaça encolher as classes médias nos países desenvolvidos, trazendo riscos à própria democracia representativa.

E, surpresa!, quem a esta altura clama pelo surgimento de um lúcido pensamento de esquerda, a contrabalançar os populismos de direita, é o famoso Francis Fukuyama. Ele, que com seu livro "O Fim da História" dera como definitivo o triunfo da democracia liberal e da economia de mercado sobre o socialismo real, expressa, em recente artigo na prestigiosa "Foreign Affairs" ("O Futuro da História"), preocupação com os riscos de que os avanços tecnológicos subjacentes à globalização enfraqueçam as classes médias nos países desenvolvidos. Critica o que chama de "ausência da esquerda" e clama por nova mobilização em favor de Estados mais fortes, de medidas redistributivas e de questionamento dos privilégios das atuais elites dominantes.

De volta ao Millor

O que me chateia na maioria dos movimentos revolucionários é que eles tem muitos mais profetas do que seguidores

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

De volta ao Millor

O que me chateia nas grandes formulações econômicas é que tem muitos mais profetas do que seguidores

domingo, 1 de janeiro de 2012

Para conhecer Daniel Piza

http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/1028460-joao-pereira-coutinho-uma-conversa-com-daniel-piza.shtml