terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Fé Cega Pé Atrás

"Na Copa de 1994, nos EUA, após longa ausência dos estádios, impressionou-me a seleção da Nigéria.
Nas oitavas de final, os africanos davam um baile na Itália, ganhavam por 2 a 0 e, aí, começaram a firular. A Itália empatou e eliminou a Nigéria, na prorrogação.
Na época, ficou a impressão de que, se os africanos mantivessem a fantasia e se tornassem mais disciplinados, seriam, em uns 10 a 15 anos, fortes candidatos a um título mundial. Dois anos depois, a Nigéria venceu Brasil e Argentina e ganhou a medalha de ouro olímpica. Isso reforçou a expectativa.
Na verdade, a geração da Nigéria de 1994 a 1998 era exceção. A Nigéria foi também campeã da Copa Africana de Nações de 1994 e passou às oitavas de final da Copa do Mundo de 1998. As seleções africanas têm poucos excelentes jogadores. A maioria é apenas razoável e atua em times pequenos da Europa.
A evolução do futebol africano não se realizou, como se esperava.
A África levou muitos treinadores europeus, ficou muito disciplinada -até demais-, mas perdeu muito de sua fantasia.
Para se formar uma grande equipe, com muito talento individual e coletivo, é preciso unir a disciplina tática com a fantasia, o planejamento com a improvisação, a técnica com a inventividade. Não é uma coisa ou outra. Isso é importante em qualquer atividade. Assim, o Brasil ganhou cinco Copas do Mundo.
É necessário sonhar com os olhos abertos".TOSTÃO

Um comentário:

  1. Sempre houve esse embate, no caso dos africanos "beleza" x "disciplina". A Nigéria em 98 tomou uma surra da Dinamarca - depois do porre, claro. Minha tese inicial, que pode estar errada, é de que foram sempre superestimados. E vencer Olímpiadas é vencer o sub-20. Muita correria, bons artilheiros (vide Eto e Drogba), mas alguém aí arma uma jogada como Zidane (filho de africanos), como um Riquelme?... Note-se como os africanos gostam de futebol: é como o cinéfilo que não consegue fazer um bom filme.
    Sobre o Rohmer, ótimo comentário da Isabela - Rohmer gostava de cores, mas sem extravagâncias, gostava de luz e sol, era um clássico - e sim, trazia mulheres belíssimas (ao menos pro meu gosto), como Marie Riviere.

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