O filme tem suscitado reações contraditórias, sobretudo por causa da natureza polêmica do retratado. Em muitos casos, esperava-se equivocadamente que o filme desse um veredito sobre Hoover e seu papel na história. Há situações curiosas: na Folha de S. Paulo, um dia desses um colunista condenou o filme por “demonizar” o chefão do FBI; no dia seguinte, no mesmo caderno do jornal, outro colunista criticou Eastwood pelo pecado oposto, o de aliviar a barra de Hoover.
Claro que, ao abraçar esse projeto, o cineasta estava consciente do vespeiro em que iria mexer. Até então, os personagens reais retratados em suas obras eram, no balanço das contradições, figuras altamente positivas: o músico Charlie Parker, o cineasta John Huston, o líder político Nelson Mandela. Com Hoover, evidentemente, a história era outra.
É muito primário acusar o filme de não corresponder à “verdade histórica”. Como sabe qualquer estudante de história ou de jornalismo, não existe “a” verdade histórica, mas versões dela, e o cinema americano lida com essa equação pelo menos desde Cidadão Kane (1941). Ficou famosa a frase de um personagem de O homem que matou o facínora (1962), de John Ford: “Quando a lenda se torna fato, imprima-se a lenda”(http://blogdoims.uol.com.br/ims/clint-e-as-armadilhas-da-historia/)
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